sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Conforto

Deus criou o veludo
Para fazer o pelo dos gatos.

Gato

Comida no prato,
Água na lata.
Mão na cabeça
E eu ronrono.
E o meu humano, esse bobo,
Ah, ele se derrete todo.

Fonte

Algumas vezes isto vem como em pequenas gotas.
Noutras, a fonte seca.
Às vezes quando a alma escurece.
Outras, quando no sol resplandece.
Não me pergunte como,
Não me confunda.
Porque assim talvez a fonte
Para sempre seque.

Coração e Mente

Hoje meu coração está mais presente
Que minha mente ausente.
Hoje a fala divaga
E o coração mente.
Mas somente hoje,
Pois em mim, quem fala é o coração.
Minha mente?
Essa apenas vaga.

Ciclo

Será que o tempo é a vida,
Ou a vida se traduz em tempo?
Se o tempo a vida fosse,
Qual sentido teria?
Não, somos mais que o tempo decorrido.
Somos o sonho vivido
Entre o início e o fim,
Entre o dia e a noite.

Inspiração

É que as palavras às vezes brotam,
Borbotões insanos.
Juntá-las é trabalhoso,
Às vezes, doloroso.
Juntam-se porém sozinhas,
Sem que nenhum esforço se faça,
A não ser o de lembrar-se
Daquilo o que a alma disfarça.

Verdade

Se minhas palavras nada valem,
Que meus atos desvendem
Aquilo que minha mente esconde.
Se ainda assim não acreditarem em mim,
Que meus olhos se derramem.
E o derrame dos olhos,
Em lágrimas traduzido,
Seja a testemunha da angústia vivida.

Cremação

Quando perdemos algo ou alguém importante,
É necessário que ele deixe de existir nos termos deste mundo insano.
Então, que o fogo consuma a matéria,
E a transforme na substância de que são feitos os sonhos.

Sobre dons desperdiçados

Ultimamente, tenho considerado muito a respeito dos erros que cometi na vida, não para me lamentar sobre eles, mas para nortear melhor a vid...